Epicurismo
Doutrina filosófica fundada por Epicuro em Atenas por volta do ano 307 a. C. e que durou até ao século V d. C.
Epicuro nasceu em Samos em 341 e morreu em Atenas em 271 a. C. Nas suas viagens foi formando um grupo de amigos e discípulos, entre os quais propagava as suas doutrinas, sobretudo em Mitilene e Lâmpsaco, fixando-se depois em Atenas.
Epicurismo é uma corrente filosófica baseada na busca pela felicidade. A felicidade para os epicuristas consiste numa vida pautada pelo autoconhecimento, pela amizade e pela prudência.
É a procura dos prazeres moderados para atingir um estado de tranquilidade e de libertação da dor, com a ausência de sofrimento a partir do conhecimento de si, do funcionamento do mundo e da limitação dos desejos.
Os desejos exacerbados, por exemplo, o desejo de riqueza, são fontes de perturbações constantes, dificultando o encontro do que realmente gera a felicidade.
Os seguidores do epicurismo chama-se epicuristas e, segundo a corrente filosófica, devem procurar evitar a dor e as perturbações, levar uma vida longe das multidões (mas não solitário), dos luxos excessivos, colocando-se em harmonia com a natureza e desfrutando da paz.
A busca da felicidade culminaria num estado tal que o Homem se tornaria livre, independente das sujeições ao mundo, aos seus sofrimentos e, sobretudo, aos medos que o dominam irracionalmente, como seja o medo à morte.
Estoicismo
Movimento filosófico que nasceu em Atenas e cujo nome deriva do local em que Zenão de Citio, o seu fundador
O estoicismo teve início por volta do ano 300 a. C. e prolongou-se até ao século II d. C.
Tal como para os filósofos cínicos, com quem se relaciona este movimento, o homem é o centro da problemática estoica, sobretudo no que diz respeito à moral.
O estoicismo defende a ideia de que o universo decorre temporalmente por ciclos que se repetem quando os astros regressam às suas posições primordiais; cada ciclo é chamado grande ano.
A autossuficiência é o objetivo supremo do estoicismo. Cada ser deve viver com a sua própria natureza, logo, ao Homem, que se caracteriza por ser eminentemente racional, cabe viver de acordo com a virtude para atingir o objetivo máximo: a felicidade. Para alcançar este fim, o sábio deve renunciar às suas paixões; a esta renúncia chamam os estoicos ataraxia ou apatia.
Ataraxia
O termo grego ataraxia, introduzido por Demócrito (c. 460-370 a. C.), significa tranquilidade da alma, ausência de perturbação. É um conceito fundamental da filosofia epicurista e dos céticos, e pode traduzir-se como imperturbabilidade, ausência de inquietação ou serenidade do espírito.
Ataraxia é a disposição do espírito que busca o equilíbrio emocional mediante a diminuição da intensidade das paixões e dos desejos e o fortalecimento das alma face às adversidades. A ataraxia caracteriza-se pela tranquilidade sem perturbação, pela paz interior, pelo equilíbrio e moderação na escolha dos prazeres sensíveis e espirituais.A ataraxia está muito próxima da apatia proposta pelos estoicos, na medida em que ambas caracterizam estados anímicos que contribuem para o alcance da felicidade através da disciplina da vontade para moderar os desejos e para aprender a aceitar os males voluntariamente.
Distingue-se da apatia pela forma como promove a felicidade. Enquanto esta procura eliminar as paixões e desejos, a ataraxia tenta criar forças anímicas para enfrentar a dor e as adversidades. A ataraxia implica saber aceitar as situações e conviver com elas, ponderando o sentido e a utilidade dos prazeres e do que possivelmente magoa.