Número total de visualizações de páginas

terça-feira, 17 de novembro de 2015

Lídia dos Anaquim




Quem te falou em escolhas certas
Mentiu-te
Quem te apontou caminho sem os percorrer
Quem te mostrou suas aguarelas
Nas telas pintadas por uma só forma de ver

Quem te falou numa verdade
Enganou-te
Há mais verdades escondidas por ai
Somos voláteis
Somos feitos de contrários
Somos todos santos
Somos todos mercenários

Sacrifico
Minha vontade
Por um tiro no escuro
Que nos deixa sós

Custa ver que na realidade
O tiro não foi no escuro
O tiro foi em nós

Não pretendo
Não fazer erros
Vou aprendendo com o mal que trago em mim
E se aprendo
Sinto-me gente
E só é gente quem consegue ser assim

Alguém
Que vendo o mal nunca está bem
Que vendo o mal nunca está bem
Que vendo o mal nunca está bem(2x)

Alguém disse
Que a vida passa a correr
E eu fui na corrida sem sequer me aperceber

Alguém disse
Que a vida passa a correr
E eu fui na corrida sem para para abastecer

A vida são dois dias
Disse um homem já maduro
Tive o ontem e o hoje
O mais certo é não ter futuro

O velho do Restelo
Diz que a vida são dois dias
E entre o choro e o riso
Eu não deixei horas vazias

Lídia enlaçemos as mãos
Vamos ficar então
Somente a ver passar o rio

Lídia jogemos xadrez
Façemos isso em vez
De dar à guerra o nosso rio

Lídia sejamos alheios
Aos desgostos feios de quem já não quer quem tem

Mas Lídia eu sinto me vazio
Ao ver passar o rio
Sem te ter nem fazer por ser

Alguém
Que vendo o mal nunca está bem
Que vendo o mal nunca está bem
Que vendo o mal nunca está bem


Alguém
Cuja maldição afinal
Está nessa fraqueza carnal
De querer o bem e ter o mal

Sem comentários:

Enviar um comentário

Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.