1- Segundo o sujeito poético, o ser humano deve viver uma vida segundo as filosofias epicurista e estóica, para que no final da sua vida possa morrer em tranquilidade e não sofra ou faça outros sofrer por ele.
Ao longo do poema, o sujeito poético “ensina-nos” como nos devemos apresentar perante a vida e qual a melhor maneira de viver. Para este, devemos aproveitar a vida, “carpe diem”, mas de uma maneira moderada, “Colhe as flores mas larga-as/ Das mãos mal as olhaste” (vv.15-16), não nos apegando a nada nem a ninguém, seguindo com tranquilidade o nosso percurso e deixar-nos levar pelo nosso Fado.
Quando chegarmos “Na noite e ao fim da estrada” (v.14), ou seja, a nossa vida acabar, “Não tenhas nada na mão” (vv.1-2) e não iremos sofrer, pois não nos apegámos a nada e nada se apegou a nós e “Ao abrirem-te as mãos/ Nada te cairá” (vv.5-6).
Se a única certeza no mundo é a Morte, devemos encará-la da forma mais tranquila possível.
2. A filosofia de vida que está apontada nas interrogações retóricas é o estoicismo.
Na primeira interrogação retórica " Que trono te querem dar / Que Átropos to não tire ? " está explícito o despojamento de bens materiais, ou seja, não vale a pena viver uma vida materialista, pois quando chega morte tudo fica na terra; ideia que o tempo passa rapidamente e a morte chega para todos sem exceção.
Na segunda interrogação retórica " Que louros que não fanem / Nos arbítrios de Minos ? " mostra-se que, independentemente, da glória e da importância que o ser humano teve na terra tudo acaba com o último bater do coração; nascemos para morrer - verdade absoluta que o sujeito poético tem.
Pergunta Nº 2.1
A filosofia presente nos versos onde há interrogações retóricas é o estoicismo.
De acordo com o poema, no geral, há sempre uma ideia de aceitação e de autodisciplina do ser humano perante a morte, daí a filosofia ser o estoicismo. O estoicismo é caracterizado pela autodisciplina e controlo de, nomeadamente, sentimentos, para que mais tarde não se venha a sofrer e não cometer excessos.
Tendo em conta os versos com interrogações retóricas: “Que Átropos to não tire?”(v.8) e “Nos arbítrios de Minos?”(v.10) têm como objectivo mostrar que no céu é diferente do que era na terra, embora continue sempre o Fado (destino) que vai comandar tudo, uma vez que não há nada, nem mesmo os deuses acima do destino.
Pergunta Nº3
A conceção que está expressa na última estrofe é o carpe diem, ou seja, o sujeito poético tem de aproveitar a vida ao máximo, cada momento, mas sem cair em excessos para no fim não sofrer “Senta-te ao sol. Abdica/E sê rei de ti próprio.”
O carpe diem resulta da perceção da efemeridade da vida, ou seja, a vida passa num instante e quando nos apercebemos, o nosso destino já chegou, que é a morte.
Pergunta Nº4
A poesia de Ricardo Reis é caracterizado por inúmeras particularidades não só do estilo como também de filosofias defendidas.
Duas delas, presentes no poema, são: as referências mitológicas e a linguagem e sintaxes alatinadas.
As referências mitológicas são abordadas de diferentes maneiras em diferentes poemas, mas neste, o neopaganismo está presente em: “Nos arbítrios de Minos?”(v.10). O sujeito poético faz referências mitológicas demonstrando assim o seu neopaganismo e realçando a ideia que devíamos ser como os deuses, embora nem eles estejam acima do Fado.
A outra característica mencionada anteriormente é o frequente uso de sintaxes alatinadas, isto é, como que a inversão de palavras na frase que, de acordo com a semântica, se chama de hipérbatos ou anástrofes. Um exemplo desta característica, no poema em causa, é “Que horas que te não tornem/Da estatura da sombra”(vv.11 e 12).
" No poema é possível encontrar duas caraterísticas de Ricardo Reis ainda não mencionadas, tais como: a sua poesia ser didática como é possível observar na última estrofe onde o sujeito poético nos diz o que devemos fazer, como viver a vida; outra careterística é o facto de, devido a ter tido uma educação clássica baseada na cultura helenista, existirem na sua poesia várias frases alatinadas que levam à existência de hipérbatos que contribuem para o ritmo da sua lúcida e disciplinada escrita, como se constata nas estrofes dois e três. "
Pergunta Nº5
O episódio do Chafariz, é referente à introdução da história: “Amou”.
Neste episódio vemos um Simão Botelho, já como um herói romântico, uma vez que ele demonstrou ser agressivo e irresponsável, agindo por impulso. O típico herói romântico também é assim, tal como virtuoso e responsável, o que Simão acaba por demonstrar ser episódios mais à frente.
“…convive com os mais famosos perturbadores da academia, e corre de noite as ruas insultando os habitantes…”(ll.3 e 4), demonstrando assim a sua irreverência e irresponsabilidade. Simão é ainda, como um herói romântico de acordo com as características físicas, uma vez que ele é encorpado, bonito e forte,”É forte de compleição; belo homem com as feições de sua mãe”(ll.14 e 15).
Este episódio recai principalmente sobre a sua atitude quando vê um criado a partir, sem intenção, uma vasilha o que o levou a ser espancado. Simão ao ver isto, mostrou-se bravo, corajoso e cheio de força, à semelhança, novamente, de um herói romântico.
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