Na poesia de Alberto Caeiro, a Natureza assume uma importância fundamental, constituindo o tema de muitos dos seus poemas («fui o único poeta da Natureza»).
A Natureza é configurada como:
– objeto de amor, com o qual o sujeito poético está em plena comunhão («Não sei o que é a Natureza: canto-a.»; «Se falo na Natureza não é porque saiba o que ela é, / Mas porque a amo, e amo-a por isso»);
– espaço de deambulação («Tenho o costume de andar pelas estradas / Olhando para a direita e para a esquerda, / E de vez em quando olhando para trás...»);
– objeto de observação ou estudo, captado através dos sentidos, especialmente da visão («Eu não tenho filosofia: tenho sentidos...»; «Compreendi isto com os olhos, nunca com o pensamento.»; «Sou o Descobridor da Natureza.»);
– fonte de aprendizagem da espontaneidade e da simplicidade, bem como da inevitabilidade da mudança e da morte («Sejamos simples e calmos, / Como os regatos e as árvores»; «Submeto-me e sinto-me quase alegre»; «Passo e fico, como o Universo.»).
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