Hoje a vigília é nossa.
Dá-nos o exemplo inteiro
E a tua inteira força!
Dá, contra a hora em que, errada,
Novos infiéis vençam,
A bênção como espada,
A espada como benção!
O sujeito poético dirige-se ao rei D. Afonso Henriques, "Pai" (da nacionalidade) - apóstrofe - dizendo-lhe que foi cavaleiro, que lutou pela nacionalidade portuguesa e que "hoje a vigília é nossa", é a nossa vez de prosseguirmos a luta para um destino maior, por isso, o sujeito lírico pede ao rei que nos dê a sua "inteira força", o seu "exemplo inteiro".
Atente-se no vocabulário de dimensão sagrada: “vigília”, “infiéis”, “bênção”.
Os "novos infiéis" são as pessoas que criavam obstáculos ao destino glorioso sonhado para Portugal.
Neste poema, o “Eu”, o povo português roga ao seu salvador, ao primeiro Rei de Portugal que ele seja tomado como o exemplo a seguir, que lhes dê a força e a bênção que recebeu de Deus e da sua vontade divina para enfrentarem os mouros. Tal como os mouros foram o obstáculo de D. Afonso Henriques na expansão territorial e na expansão da fé cristã, também para os portugueses, ”os novos infiéis”, serão uma atualização desse mesmo obstáculo.
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