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quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

O Conde D. Henrique



Todo começo é involuntario.
Deus é o agente.
O herói a si assiste, vário
E inconsciente.

À espada em tuas mãos achada
Teu olhar desce.
«Que farei eu com esta espada?»

Ergueste-a, e fez-se.




 Conde D. Henrique, contribuiu para a fundação de Portugal, para a criação da nossa nacionalidade, foi o fundador do Condado Portucalense.
Apesar de o poema possuir este título, pouco está ele relacionado diretamente com a personagem. O texto ultrapassa mesmo a figura de Conde D. Henrique através de afirmações altamente simbólicas.


Na 1ª estrofe, o herói (Conde D. Henrique) atua como agente de Deus, comandado por uma força que o transcende, uma força que o faz agir inconscientemente.
Dá-se portanto início a um percurso espiritual. O que este percurso pretende atingir, é a ideia de que mais importante do que a terra (matéria), é o espírito, os valores sobre os quais ele (herói) vai criar as suas raízes.
Resumidamente, nesta 1ª estrofe o herói imóvel assiste ao desenrolar involuntário de alguma acção.

A espada, símbolo de guerra, de morte. Aqui a espada funciona paradoxalmente. Não é de guerra verdadeira que fala o poeta, é de guerra à ignorância. Poderá ainda ser interpretada como símbolo de  fecundação dos campos, a criação de vida.
Nesta 2ª estrofe, o herói desce o olhar na espada e faz aquela interrogação retórica «Que farei eu com esta espada?»:
Conclui-se então o poema com a finalização do acto, a concretização de algo por parte do herói, o nascimento de Portugal.

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